A atualização e o bom planejamento da infraestrutura são essenciais para atender às necessidades de maior processamento, armazenamento de dados e largura de banda das aplicações de Internet das coisas.
Hermano Albuquerque, diretor geral LATAM para o Grupo Halo/Skylane
Atualmente, todos estão interessados na nova revolução proporcionada pelo IoT – Internet das coisas. Quantos dispositivos conectados à Internet você consegue identificar ao seu redor, na sua casa, empresa, rua, aeroportos? É impossível não notar que o número de aparelhos conectados e dispositivos IoTs está em uma curva crescente, e podemos prever que essa quantidade ficará ainda maior com a ampliação da conectividade a partir da implementação do 5G no Brasil.
Segundo previsão do Gartner, em 2023 teremos cerca de 43 bilhões de dispositivos inteligentes conectados à Internet. Já a pesquisa do portal IoT Analytics traz uma tendência mais modesta com mais de 27 bilhões de dispositivos IoT conectados até 2025, mais que o dobro dos atuais 12 bilhões de dispositivos IoT globalmente.
Se pensarmos que hoje somos cerca de 7 bilhões de pessoas no mundo, das quais 4,9 bilhões conectadas à Internet e sendo 4,6 bilhões ativas nas redes sociais, segundo levantamento do We Are Social de 2022, percebemos que mesmo na menor das previsões, a quantidade de dispositivos IoT representa cinco vezes o número total de pessoas conectadas.
Por isso, desde 2008, o tráfego de dados na Internet produzido por dispositivos inteligentes já superou o volume de dados gerado por pessoas por meio de e-mails e redes sociais. Em outras palavras, grande parte do volume de dados que trafega pela Internet atualmente é gerado por dispositivos e não por pessoas.
Enquanto o mundo que nos cerca se torna mais inteligente e conectado, surge a necessidade de fortalecer as infraestruturas para abarcar esse grande volume de sistemas e dispositivos, alguns que exigem um funcionamento contínuo, outros com funcionamento intermitente, trazendo um desafio para os que trabalham com infraestrutura de redes e data centers.
Portanto, dada a necessidade cada vez maior por processamento mais rápido, mais armazenamento de dados e maior largura de banda que o grande volume de informação exige, a atualização e o bom planejamento da infraestrutura se tornam essenciais. Dispositivos com assistentes de voz, carros conectados, wearables, eletrodomésticos e até mesmo os sistema de energia são alguns dos inúmeros integrantes da Internet das coisas. São eles que fazem com que o tráfego de dados para os data centers aumente rapidamente.
Nas empresas, desde os dispositivos mais simples usados no dia a dia dos colaboradores até os equipamentos usados na produção passam a integrar a rede e o universo dos IoTs. Além dos sistemas para ampliar a automação, gerenciamento e segurança, como controle de acesso, equipamentos de refrigeração, câmeras inteligentes de monitoramento, os gerentes de TI ainda enfrentam o desafio de administrar os dispositivos pessoais dos funcionários.
Apesar disso, um estudo realizado pela Forbes Insights revela que apenas 1% dos engenheiros de data centers acreditam que sua infraestrutura está adequadamente preparada para a crescente onda de dados. Gerenciar e atualizar adequadamente a infraestrutura do data center permitirá que as empresas aumentem o seu desempenho, reduzam os custos e até mesmo lancem projetos cruciais em um momento de maior necessidade.
Desafios do data center
O crescimento no número de dispositivos conectados traz alguns desafios para os gerentes de TI e redes das empresas, que vão desde a otimização da infraestrutura com investimentos em mais capacidade física, processamento e largura de banda, como também desafios de configuração de redes.
A segurança, por sinal, é um dos maiores desafios. Afinal, quanto mais dispositivos conectados, mais pontos de acessos, e cada um deles representa mais ameaças à segurança. Um único dispositivo que contenha uma falha pode comprometer toda a infraestrutura de uma empresa.
Outro desafio é o gerenciamento de endereços IPs, onde a quantidade muito grande e cada vez mais crescente de dispositivos pode se tornar um verdadeiro obstáculo para a continuidade do negócio. Ainda existem muitos dispositivos que operam exclusivamente em IPV4 e a adoção tardia do IPV6 dificulta ainda mais o gerenciamento, a escalabilidade e auditoria dos ativos de rede.
Além disso, o bom planejamento da arquitetura de armazenamento também deve ser planejada de forma a escalar de acordo com a continuidade do negócio, visto que o volume de dados acompanhará o crescimento do número de dispositivos conectados.
A integração de todos os elementos de uma grande rede se faz com a garantia de conexões de altíssima qualidade e confiabilidade. E embora existam elementos de acesso que trabalham com tecnologia “wireless”, em última instância todos os principais pontos de interconexão e acesso são prioritariamente implementados em fibra óptica.
E, nesse aspecto, os transceptores ópticos são elementos fundamentais que assumem o papel de garantir a estabilidade e confiabilidade das conexões. Mais do que isso, são os transceptores ópticos que proporcionam a oportunidade de rápida expansão da capacidade de banda das redes.
Durante muitos anos, empresas de telecom adquiriram transceptores ópticos com capacidade fixa e configurados para operar somente com alguns equipamentos de rede. O mundo evoluiu e atualmente é possível adquirir transceptores ópticos que podem ser reprogramados para operar em diferentes configurações e ambientes de rede, proporcionando maior flexibilidade e maior confiabilidade a um custo muito inferior.
O uso de transceptores ópticos programáveis permite um melhor gerenciamento de estoque, já que um mesmo modelo de transceptor óptico pode ser utilizado em redes com diferentes modelos de switches e roteadores.
Não importa a aplicação, não há como negar que o IoT está mudando o mundo ao nosso redor – enquanto gera montanhas de dados no processo. A utilização de transceptores ópticos programáveis certamente garantirá uma rápida expansão nas redes de comunicação e terá papel fundamental no crescimento do IoT.
Fonte: Revista Infrenews Telecom – infranewstelecom.com.br