5G vai exigir conexão rápida entre as células que operam em ondas milimétricas, enquanto o consumo de vídeo acelera a demanda por ultra banda larga.
A 5G está aí na esquina. As ativações já começaram nos Estados Unidos e na Coreia do Sul. Em breve Japão, Europa e China devem implementar suas redes móveis de quinta geração. No Brasil, a expectativa é que em 2021 já existam clusters com a tecnologia. E tal implantação de rede vai acelerar a demanda por um insumo comum não em redes móveis, mas em redes fixas: a fibra óptica.
Kara Mullaley, diretora global de marketing da fabricante Corning, ressaltou em apresentação realizada no Fiber Connect Latam, evento que aconteceu nesta semana, em São Paulo, o impacto do conceito de densificação das redes ópticas. “A 5G vai precisar de fibra, haverá intensa ‘densificação’ pois, para se atingir os indicadores previstos de capacidade e baixa latência, será preciso alto nível de coordenação das redes”, falou.
Lisa Youngers, presidente da Fiber Broadband Association, diz que a demanda vai se multiplicar nos próximos anos e os fabricantes não veem no horizonte o momento em que haverá redução. “A 4G e a 5G demandam mais fibra no backhaul e no fronthaul por conta da capacidade. Mas quando o espectro de ondas milimétricas começar a ser usado na 5G, as redes móveis terão muito mais células, e todas precisarão ser conectadas por fibra óptica”, observou a executiva.
Segundo Youngers, os números revelam o desafio que fornecedores e operadoras vão enfrentar. “No 4G é preciso instalar uma célula a cada 2 Km. No 5G com ondas milimétricas teremos uma célula a cada 500 metros”, observou. Significa que, para cobrir 25 áreas metropolitanas nos Estados Unidos nos próximos anos, as operadoras terão de comprar nada menos que 1,4 milhão de milhas de fibra – o equivalente a 2,25 milhões de Km.
Para Eduardo Jedruch, gerente regional de vendas da CommScope e presidente da Fiber Broadband Association LATAM, o desenvolvimento regional mostra como a demanda só vai crescer. Segundo ele, os usuários já pautam os investimentos das teles em função do desejo de acessar vídeo através de banda larga ultra-rápida. “A implantação de fibra na região está associada à convergência. 2018 foi o ano da consolidação do FTTH na América Latina”, resume.
Os dados da associação indicam que, nos últimos dois anos, o crescimento dos acessos em fibra cresceu 40% ano a ano. Mas lembra que, para a expansão continuar, a regulação deve facilitar o investimento, especialmente em áreas menos populosas. “Os números são bons, mas a região continua a ser emergente. Ainda tem muito a se fazer. As previsões de crescimento são muito boas. Mas para manter o nível é preciso rever aspectos regulatórios”, ressaltou.
Fonte: http://www.telesintese.com.br / RAFAEL BUCCO27 DE MARÇO DE 2019